sábado, 4 de setembro de 2010

ACONTECE- Lapidando as Pedras Brutas por Kika Goldstein com curadoria de Anna Guerra








Nascida dia 28 de Setembro de 1984, em um ambiente regado a diferentes estímulos culturais, a artista plástica Maria Julia Goldstein Abujamra, mais conhecida como Kika Goldstein, carrega em seu nome o legado cultural da família Abujamra.
A poética do seu trabalho sempre esteve relacionada à figura humana e à personificação das cores numa alquimia mágica de tons vibrantes e únicos.  
Inspirada fortemente pelas influências do Cubismo e do Surrealismo, sua carreira teve inicio em 2000 com a série Pedestres, onde personagens  caricatos e estilizados, retratam com humor cenas do nosso cotidiano.
A partir de 2002, sob a influência pulsante da Op Art, inicia-se uma nova fase do seu trabalho: a série Movimentos, que desafia a perspectiva transmitindo sensações de movimento e volume.
Em 2006, após uma temporada no velho mundo, seu trabalho passa a ter traços ainda mais evidentes do surrealismo de Chagall, dando início a uma importante transformação: a série Metamorfoses, onde fundo e figuras se unem em uma atmosfera de cores e formas.
Desde 2002 realizou diversas exposições em São Paulo, entre elas: Galeria Caribé (2004), Coletiva no Centro Cultural de Araras (2009). Participou do Salão de Belas Artes no Rio de Janeiro (2008). Sua primeira exposição internacional aconteceu em Portugal, no Centro de Convenções do Estoril, Lisboa (2005), Em Dubai, marcou sua presença na Exibition Centre (2008), e recentemente foi convidada para fazer parte da Coletiva no Salão de Arte Brasileira em Hannover, Alemanha e no Salão de Belas Artes do Louvre em París(2009).















Dia 01 de setembro o Espaço Galeria 3058ª, recebeu a Expo “LAPIDANDO AS PEDRAS BRUTAS” da artista Kika Goldstein. A mostra estará aberta ao público até o dia 30 de setembro, vale a pena conferir.

A festa estava maravilhosa repleta de alto astral. Contamos com a presença de amigos da artista, críticos, galeristas, colecionadores e admiradores de Arte.

Kika está mudando de faze, ouvia pelos corredores... acho que está Lapidando, está  numa faze “CONTORNOS” disse nosso amigo Roberto Vilela, para mim é “ROBUSTOS” falou a querida Tamires Vilela, enquanto isso Carlos Bettencourt, observava tudo, contidamente, queria descobrir o que estava pensando.
 Parabéns Anna, adorei as obras dela, disse o meu amigo Daniel Gevaerd, dono da Loja Juliana Gevaerd, que me abriu carinhosamente as portas do seu espaço, para que eu desenvolvesse o meu trabalho. A Galeria 3058ª da qual sou curadora.

Tantos outros, para citar, o José Luis proprietário da revista Ellite Magazine, a Patrícia e a Deborah, que compõem a equipe da Bia Duarte,  o artista plástico Neno Ramos, a Maria João, encantada com o espaço, e todos aqueles ali presentes, fizeram o sucesso desta exposição.

Ela Linda com cara de sapeca e um sorriso estampado na face, andava de um lado para outro escutando as observações e comentários de todos, uma criança em faze de mudanças.

Elogios, alegria, colorido e beleza, iluminaram a Galeria 3058ª, naquela noite.
 Suas telas, suas formas, suas cores, suas mudanças, me deixaram orgulhosa  em receber esta tão Jovem e promissora artista , em nosso espaço.

Parabéns Kika, prepara as malas que em novembro temos muito o que fazer, estaremos em Lisboa e Paris!

Sucesso!
Anna Guerra










































sábado, 31 de julho de 2010

O CICLO DO CARANGUEIJO - Obra de Anna Guerra, uma saudade do meu Recife



"O caboclo Zé Luís da Silva não quis desanimar. Adaptou-se: "Quem não tem remédio, remediado está." Entrou na luta da cidade com todas as forças de que dispunha, mas as forças dele não rendiam que desse para a família viver com casa, roupa e comida. Casa só de 80 mil réis para cima, para comida uns 150 e os salários sem passarem de 5 mil réis por dia.
Começou o arrôcho. Só havia uma maneira de desapertar: era cair no mangue. No mangue não se paga casa, come-se caranguejo e anda-se quase nu. O mangue é um paraíso. Sem o cor-de-rosa e o azul do paraíso celeste, mas com as cores negras da lama, paraíso dos caranguejos.
No mangue o terreno não é de ninguém. É da maré. Quando ela enche, se estira e se espreguiça, alaga a terra toda, mas quando ela baixa e se encolhe, deixa descobertos os calombos mais altos. Num deles, o caboclo Zé Luís levantou o seu mocambo. As paredes de varas de mangue e lama amassada. A coberta de palha, capim seco e outros materiais que o monturo fornece. Tudo de graça encontrado ali mesmo numa bruta camaradagem com a natureza. O mangue é um camaradão. Dá tudo, casa e comida: mocambo e caranguejo.
Agora, quando o caboclo sai de manhã para o trabalho, já o resto da família cai no mundo. Os meninos vão pulando do jirau, abrindo a porta e caindo no mangue. Lavam as ramelas dos olhos com a água barrenta, fazem porcaria e pipi, ali mesmo, depois enterram os braços na lama a dentro para pegar caranguejos. Com as pernas e os braços atolados na lama, a família Silva está com a vida garantida. Zé Luís vai para o trabalho sossegado, porque deixa a família dentro da própria comida, atolada na lama fervilhante de caranguejos e siris.
Os mangues do Capibaribe são o paraíso do caranguejo. Se a terra foi feita pro homem, com tudo para bem servi-lo, também o mangue foi feito especialmente pro caranguejo. Tudo aí, é, foi ou está para ser caranguejo, inclusive o homem e a lama que vive nela. A lama misturada com urina, excremento e outros resíduos que a maré traz, quando ainda não é caranguejo, vai ser. O caranguejo nasce nela, vive nela. Cresce comendo lama, engordando com as porcarias dela, fazendo com lama a carninha branca de suas patas e a geléia esverdeada de suas vísceras pegajosas. Por outro lado o povo daí vive de pegar caranguejo, chupar-lhe as patas, comer e lamber os seus cascos até que fiquem limpos como um copo. E com a sua carne feita de lama fazer a carne do seu corpo e a carne do corpo de seus filhos. São cem mil indivíduos, cem mil cidadãos feitos de carne de caranguejo. O que o organismo rejeita, volta como detrito, para a lama do mangue, para virar caranguejo outra vez."
Caranguejo uçá 
Olha o gordo guaiamum 
Quem quiser comprar a mim 
Cada corda de dez 
Eu dou mais um 
Eu dou mais um 
Eu dou mais um 
Cada corda de dez 
Eu dou mais um 
Caranguejo uçá 
Caranguejo uçá 
Apanho ele na lama 
E trago no meu caçuá 
Eu perdi a mocidade 
Com os pé sujo de lama 
Eu fiquei anarfabeto 
Mas meus fio criô fama 
Pelo gosto dos menino 
Pelo gosto da mulé 
Eu já ia descansá 
Não sujava mais os pé 

Os bichinho tão criado 
Sastisfiz o meu desejo 
Eu podia descansá 
Mas continuo vendendo caranguejo 
Caranguejo uçá 
Caranguejo uçá 
Apanho ele na lama 
E trago no meu caçuá 
Tem caranguejo 
Tem gordo guaiamum 
Cada corda de dez 
Eu dou mais um 
Caranguejo uçá 
Caranguejo uçá 
Apanho ele na lama 
E trago no meu caçuá 

quinta-feira, 22 de julho de 2010

EXPO "TRANSIÇÃO"- JORGE DOS ANJOS com curadoria de Anna Guerra

CONFIRA, Galeria 3058 A
 Dia 27 de Julho mais uma Expo na Rua da Consolação n. 3058, Jardins
abertura 19h00



Jorge dos Anjos  

Nasceu em Recife, Pernambuco, em 20 de junho de 1969. Começou a pintar aos 13 anos de idade, em 1982, na cidade de Salvador, Bahia. Auto-didata, seguidor da tradição pictórica de Heitor dos Prazeres, Caribé e Roberto Osvaldo Griot, trabalha em acrílico sobre tela. Sua obra explora temas da cultura popular brasileira, como o futebol, a capoeira, as praias, a pesca, a colheita e a religiosidade, apresentados em cores exuberantes, em meio a uma natureza abundante e generosa, plena de cachoeiras, matas, montanhas e mares. Em 2000, radicou-se em São Paulo, onde vive e trabalha até a atualidade.

exposições coletivas

2010        Bienal SESC “Naifs do Brasil” Piracicaba
2009        “Nossa Arte Negra” Centro Cultural Mestre Assis Embu das Artes
2005       “Salão Nacional de Arte de Paraty” Rio de Janeiro Prêmio de Aquisição
2002        “Salão de Arte Alma Paulista” Centro Brasileiro Britânico São Paulo
1998        Bienal de Artes “Buenos Aires não Dorme” Argentina
1995        III Bienal do Recôncavo Centro Cultural Dannemann São Felix Bahia
                I Bienal Afro-Americana de Cultura Real Gabinete Português de Leitura Salvador Bahia
                Encontro Brasil-África Centro de Convenções Salvador Bahia
1992        I Bienal do Recôncavo Centro Cultural Dannemann São Felix Bahia
1991        “Kabiyesi Le Onire Arte Negra” Casa do Benin Salvador Bahia
1989        “Cultura Negra através da Arte” SENAC Pelourinho Salvador Bahia

exposições individuais

2007         “Naïf Brasil Viva Cores” Galeria Território Brasil São Paulo
1998        Casa de la Provincia de Corrientes Argentina
1997        Galeria Solar Punta Del Este Uruguai
1995        Galeria Ostarte San Sabastian Espanha
                Museu da Cidade Salvador Bahia
1991        “Caminhos dos Orixás”  Galeria e Espaço Cultural Novo Tempo Salvador Bahia

feiras, intervenções, curadorias e encomendas

2009        “SP Arte” (trabalho desenvolvido juntamente com o artista plástico Moacyr Toledo)
leilão de arte no principado de Mônaco promovido pela Fondation Prince Albert II
Curador da exposição “Nossa Arte Negra” Centro Cultural Mestre Assis Embu das Artes SP
2008        Intervenção individual a céu aberto na praia de Pouso da Cajaíba Paraty RJ murais em fachadas de bares
Organização curadoria e participação na intervenção a céu aberto “Muros do Querosene” mais de 120 murais em muros portões fachadas e postes de iluminação no bairro do Morro do Querosene Butantã SP juntamente com outros 35 artistas plásticos e grafiteiros
2007        Intervenção individual a céu aberto quilombo do Campinho Paraty RJ murais em fachadas de edifícios muros e postes de iluminação
2000        Painel 6x2,5m pintado ao vivo durante o desfile de Carnaval Escola de Samba Pérola Negra SP
                Imagens impressas em cartões telefônicos e talões de cheques